Rio de Janeiro vai sediar mais uma Copa do Mundo. Mas, desta vez, os craques são mais ligados à cozinha. E à hotelaria. Depois de sediar o Mundial de Futebol e prestes a receber as Olimpíadas, a cidade terá sua primeira edição do Salão Internacional de Restaurante, Hotelaria e Alimentação, mais conhecido como Sirha, a maior e mais sofisticada feira de comida e artes culinárias do mundo.

O primeiro Sirha Rio terá cerca de 120 expositores brasileiros e internacionais, e a previsão é de que 10 mil visitantes passem por lá para conferir as novas tendências.

O evento Sirha Rio conta com competições, aulas, palestras, demonstrações e degustações em quase todos os estandes.

No Sirha Rio também acontecerão etapas seletivas do Bocuse D’Or, o mais prestigiado concurso gastronômico do mundo, criado pelo chef Paul Bocuse em 1987 e da Coupe du Monde de La Patisserie, que há mais de 24 anos escolhe os melhores da confeitaria, e no Rio terá Flávia Quaresma como presidente do júri.

SIRHA conta com competições, aulas, palestras, demonstrações e degustações em quase todos os estandes

Evento conta com competições, aulas, palestras, demonstrações e degustações em quase todos os estandes – Divulgação

O Sirha Rio, contará com congresso de tendências e inovações gastronômicas, chamado Sirha do World Cuisine Summit, foi criado para compartilhar experiências com formadores de opinião. Também terá o Omnivore, que revela jovens talentos, e será presidido pelo chef Pedro de Artagão, do Irajá.

Claude Troisgros é uma espécie de capitão da seleção brasileira do Sirha, escolhido para presidir a edição nacional do evento, que já viveu seus dias de torcedor em Lyon, com direito a bandeirinhas verde e amarelas para incentivar jovens talentos do país concorrendo por lá em anos anteriores.

“Ter uma edição da Sirha é um avanço enorme para nós, no Brasil. Os produtos aqui melhoraram muito, mas em termos de equipamentos ainda precisamos crescer mais” avalia o chef Claude Troisgros

“Quando me chamaram para presidente, minha primeira reação foi dizer: “não é muito grande para mim não?”. Mas sou um chef de origem francesa que entende do mercado. Acompanho a feira desde o início, e sou muito ligado ao Paul Bocuse, que foi amigo de meu pai e com quem já trabalhei pela primeira vez num restaurante. É um cargo representativo. Serei mais um conselheiro e um contato entre os chefs.” Completa o chef Claude Troisgros

Segundo Marie Odile, para a primeira edição do Sirha Rio, a ideia é trazer premiados do Bocuse d’Or, como Rasmus Kofoed, três vezes campeão, que representa a Dinamarca; além de Régis Marcon (França) e Serge Vieira (Austrália), que são premiados e muito ativos na organização do concurso. Outras personalidades — como o Jerôme Bocuse, presidente do Sirha Lyon, filho de Paul Bocuse, e Daniel Boulud, estrela mundial da gastronomia — também são aguardadas.

“O Rio tem sensibilidade gastronômica. Desenvolve seu turismo, e a gastronomia é uma vantagem indispensável e são cada vez mais exigentes na qualidade e na diversidade do que comem, além de preocupados com a saúde. Neste sentido, trazemos uma oferta de produtos, equipamentos e serviços, mas também soluções práticas para aplicar diretamente nos estabelecimentos. Sem falar da oportunidade de se relacionar, trocar experiências com profissionais e chefs de cozinha renomados…A feira dá novas perspectivas para o setor de alimentação” diz Marie Odile

Marie Odile lembrou que o Brasil é por si só um continente, com mais de 200 milhões de habitantes, com um potencial econômico importante e com eventos como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos de 2016, que fazem “explodir” a necessidade de alimentação. — Há que se considerar uma classe média (são 46 milhões de pessoas) que cada vez mais consome nos restaurantes: 25% a 30% dos gastos com alimentação são fora de casa, ou seja, nos restaurantes.

Vânia Tavares é diretora geral da Fagga/GL Events Exhibitions, responsável pela realização do evento aqui.

“O país está pronto para receber o Sirha, e o Rio foi escolhido para sediá-lo por sua relevância do mercado, pelos chefs que vieram para cá e por ser o destino favorito para um evento desta área” acrescenta Vânia Tavares.

“Teremos uma área dedicada a produtos brasileiros, que se chamará “terroir” e terá vinte estandes. Estarão lá produtores como os de queijos da Serra da Canastra e cachaçarias nacionais. Também teremos de 15 a 20 marcas internacionais de segmentos importantes, como vinhos, pães e chocolates, que têm representações aqui ou querem ter.” completou Vânia Tavares.

SIRHA a Copa do Mundo da Gastronomia e Hotelaria no Rio de Janeiro

O Sirha internacional acontece a cada dois anos em Lyon, e já teve edições em cidades como Genebra (Suíça), Istambul (Turquia) e Moscou (Rússia). Só em Lyon, são 2.980 expositores e marcas e, na última edição, estiveram lá 185.450 profissionais e visitantes, além de 20 mil chefs, de 86 países.

O Brasil já participou nove vezes no Bocuse d’Or, por exemplo. A última foi na edição em 2013. Além disso, Alex Atala foi o presidente do Bocuse d’Or Europa, em Bruxelas, em 2012. E Laurent Suaudeau organizou o Bocuse d’Or no Brasil, há uns 15 anos.

Mais informações no site Sirha Rio

Conheça o Evento SIRHA Internacional

Melhores Momentos do SIRHA Moscou na Rússia

Melhores Momentos do SIRHA Istambul na Turquia

Texto original de Paula Autran em Rio vai sediar ‘Copa do Mundo’ da gastronomia e da hotelaria em 2015